“Vamos falar sobre obesidade e…”: campanha 2024 do Mês Mundial da Obesidade aborda os vários problemas associados à doença

Obesidade requer mudança de hábitos e tratamento multidisciplinar

O mês de março é o mês escolhido para lembrar sobre a obesidade, doença crônica, multifatorial e tratável. 

Neste ano, o tema da campanha do Mês Mundial de Combate à Obesidade é “Vamos falar sobre obesidade e…“, que busca abordar os vários problemas associados a ela, como complicações cardíacas, psicológicas, nutricionais, doenças hepáticas, problemas de sono,  distúrbios reprodutivos, diabetes, entre outros.

“A obesidade é uma doença crônica, assim como diabetes, hipertensão, dislipidemia, entre tantas outras. E é um risco para o surgimento dessas doenças citadas anteriormente. Há mais de 30 anos a Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou a obesidade como doença. E por que isso importa? Porque o tratamento deve ser constante e prolongado. Como tudo que é crônico, existe estabilização, mas nem sempre a cura”, ressaltou a especialista.

Dados da Secretaria de Estado da Saúde, por meio do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), mostram que no Paraná 36% da população adulta do Paraná sofre com algum grau de obesidade. O dado faz parte de uma análise realizada em 2023 do Índice de Massa Corporal (IMC) de mais de 1,6 milhão de homens e mulheres do estado.

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, quase 25% da população adulta sofre com obesidade (dados da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2023).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a obesidade um dos mais graves problemas de saúde. Em 2025, a estimativa é de que 2,3 bilhões de adultos ao redor do mundo estejam acima do peso, sendo 700 milhões de indivíduos com obesidade, isto é, com IMC acima de 30.

Importância da educação à população

Salma ressaltou a importância de campanhas e ações de educação para combater a obesidade.

“As campanhas são necessárias para alertar a população geral que a obesidade faz parte de um grupo de doenças crônicas. Serve para alertar que não é obeso quem quer, existe um motivo nisso, como o meio ambiente onde vive e, inclusive, a genética influenciando nisso. Tampouco é sinal de fraqueza, de pouca competência’, completa a endocrinologista.

Em 2025, segundo a OMS, a estimativa é de que 2,3 bilhões de adultos ao redor do mundo estejam acima do peso, sendo 700 milhões de indivíduos com obesidade, isto é, com um índice de massa corporal (IMC) acima de 30.

Já em relação à obesidade infantil, o Ministério da Saúde e a Organização Panamericana da Saúde apontam que 12,9% das crianças brasileiras entre 5 e 9 anos de idade têm obesidade, assim como 7% dos adolescentes na faixa etária de 12 a 17 anos.

Apoio da família e mudança de hábitos

Para a doutora Salma, é preciso conscientizar a população de que a prevenção da obesidade começa com pequenas atitudes no nosso dia a dia – mais atividade física, menos ‘telas’ – e que o apoio da família durante o tratamento é fundamental.

“Iniciando a caminhada para perda de peso, todos devem ajudar. Fazer atividade física com amigos e a família é um apoio importantíssimo! A família deve estar unida: em festas, por exemplo, devem ter opção de alimentos não tão calóricos, que sejam saudáveis. Opções como saladas, carnes assadas (evitar frituras, gorduras), legumes, frutas e água devem estar à disposição de todos. O importante não é a exclusão, é o apoio”, orientou a endocrinologista.

Apoio multidisciplinar

O tratamento para a obesidade deve ser feito de maneira multidisciplinar, conhecendo sempre o histórico do paciente e fazendo as mudanças necessárias na rotina dele.

O paciente com obesidade precisa de ajuda e deve procurar médicos para receber as primeiras orientações, realizar exames clínicos e complementares para detecção de comorbidades. 

“O médico que está intimamente ligado ao tratamento da obesidade é o endocrinologista, ele é o especialista para tal situação. Porém o tratamento tem que ter uma equipe multidisciplinar: nutricionistas, professores de educação física e psicólogos”, complementa a médica.

Salma lembra, ainda, a importância da perda de peso no início do tratamento e seus benefícios para a saúde.

“A perda de 5% do peso que apresenta no início do tratamento é uma vitória, traz melhora metabólica, mais disposição e melhora a estética também. Metas monstruosas elevam o risco de desistência do tratamento. Nada é milagroso. A orientação é: evite a automedicação e cuidado com o uso de várias substâncias em formulações, pois dificulta a avaliação de efeitos colaterais”, concluiu a médica.

A SBEM-PR lembra que para ser Endocrinologista Especialista, o médico deverá ser registrado no seu estado no Conselho Regional de Medicina, através do Registro de Qualificação de Especialidade (RQE). O RQE é o documento que atesta junto ao Conselho Regional de Medicina do Estado a sua formação em determinada especialidade médica.

Acompanhe: @sbempr / @sbemnacional / @abeso_evidenciasemobesidade .

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