Quando era mais novo lembro-me de ouvir meu avô José Richa dizer que ignorar a agropecuária é desconhecer o Paraná. Na época entendia seu apreço pelo setor, uma vez que ele cresceu na área rural de Joaquim Távora, mas só fui realmente tomar dimensão da relevância e veracidade daquela frase conforme fiquei mais velho e tive a oportunidade de conhecer o estado em sua plenitude.
Os números em relação à importância do agronegócio para o Paraná ressaltam ainda mais a afirmação de meu avô. Atualmente 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado são relativos à agropecuária, com um impacto relevante para a economia brasileira. Apenas para citar dois exemplos rápidos, somos o segundo maior produtor de grãos do Brasil, com 20,5% da produção nacional, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o principal produtor e exportador de frango do país, com 31% do total.
Desde 2010 tenho percorrido os municípios do Paraná e testemunhado em cada região a força do setor para a geração de emprego e desenvolvimento da economia. A vocação do estado para a agropecuária é inegável e apresentou recorde de produção no campo neste ano, com um aumento de 26,1% em relação a 2016, e aproximadamente 75% de todas as exportações corresponderam a produtos do agronegócio.
Esse fortalecimento do setor é resultado da criatividade, conhecimento, organização e capacidade de quem atua no agronegócio, bem como de uma forte parceria com o Governo do Estado, que promove investimentos constantes para aprimorar a estrutura e condições para o produtor rural.
Um dos principais focos são os investimentos para melhorar o escoamento da produção, com a recuperação de trechos importantes de rodovias estaduais e modernização do Porto de Paranaguá, que a cada ano bate recordes de movimentação. Foram criados programas como o Mais Renda no Campo e Compra Direta Paraná, que oferecem suporte para pequenos e médios produtores, e realizado um amplo apoio ao consolidado sistema cooperativista do Paraná, responsável por 56% PIB agropecuário.
Os avanços do setor foram reconhecidos nacionalmente durante o lançamento do Plano Safra 2017, no início do mês, que irá destinar cerca de 18% dos recursos de créditos para o Paraná. Isso abrirá novas oportunidades para produção, custeio e investimentos em diferentes setores da agropecuária, desde armazenamento até inovações tecnológicas.
Já se passaram anos desde a primeira vez que ouvi a frase do meu avô, mas ela continua extremamente atual. Trabalhar pelo desenvolvimento do agronegócio e melhoria das condições para o produtor rural representa mais do que apenas fortalecer a economia do estado, é reconhecer a própria essência da força e potencial do Paraná.
Marcello Richa é presidente do Instituto Teotônio Vilela do Paraná (ITV-PR)