Seleção se impõe e conta com 12 gols de Ana Paula para desbancar a Noruega
Com os olhos fechados, elas se transportaram para aquela quadra dezenas e dezenas de vezes ao longo de quatro anos nos exercícios de visualização. Foi com os olhos fechados que algumas delas cantaram o Hino Nacional pouco antes da estreia, na Arena do Futuro. Aquela situação era tão familiar, que não importava se do outro lado da quadra estava a mais poderosa equipe. O que parecia diferente eram os sons e quantidade de pessoas na arquibancada. Assentos vazios, pouco barulho, por conta da revista minuciosa feita na entrada do Parque Olímpico, que reteve boa parte do público durante o primeiro tempo. Mesmo assim, as meninas da seleção de handebol encararam a Noruega, atual bicampeã olímpica, campeã europeia e mundial (2011 e 2015), com a autoridade de quem foi a única a ter conseguido destroná-la em uma competição neste ciclo olímpico (no Mundial de 2013). Neste sábado, o time conseguiu nova façanha, no lugar onde mais queria. A primeira vitória em um jogo oficial contra as norueguesas serviu também como um bom recado para as demais rivais: 31 a 28.
Ana Paula deu muito trabalho para as adversárias, sendo responsável por impressionantes 12 gols. O próximo compromisso da equipe será na segunda-feira, contra as romenas, às 16h40. As mesmas que foram responsáveis pela eliminação brasileira nas oitavas de final do Mundial da Dinamarca, em dezembro.
As adversárias mostraram logo que não estavam para brincadeira. Stine Oftedal aproveitou uma brecha na marcação e fez. Deonise respondeu para o Brasil no ataque seguinte. Oftedal insistia e fez 2 a 1. Alexandra, Fernanda, Duda e Ana Paula colocaram as anfitriãs na frente (5 a 2). Lá atrás, Bárbara fazia grandes defesas e levava a torcida ao delírio. Mas uma situação preocupava. Dara recebeu sua segunda punição, ficando dois minutos fora do jogo. Uma a mais e seria eliminada. A Noruega aproveitou o momento para fazer andar o placar e encostar. Dani Piedade passou pela forte marcação e balançou a rede. Atenta, a equipe viu o gol vazio, e Ana Paula não desperdiçou a chance. As comandadas de Morten Soubak respiraram (7 a 4). E fizeram o técnico Thorir Hergeirsson pedir tempo.
Handebol feminino Brasil x Noruega (Foto: Reuters)
Alexandra e suas companheiras não deram chances para rivais (Foto: Reuters)
A seleção jogava com inteligência. Mantinha a postura agressiva e não cedia às constantes investidas das rivais. Na lateral da quadra, Soubak pedia voltas rápidas para a defesa, regia o time. E ele jogava por música (11 a 6). Só que perdeu Dara, após ela ser punida pela terceira vez. A pouco mais de cinco minutos para o fim do primeiro tempo, as bicampeãs olímpicas cortaram a diferença para 15 a 14. Bárbara deixou a quadra e deu lugar a Mayssa. A arquibancada fazia a sua parte, gritava e as meninas iam no embalo. Voltaram a abrir três gols de vantagem, mas foram para o vestiário com as norueguesas na cola: 17 a 16.
Sem dar muito tempo para as adversárias pensarem, o Brasil marcou logo na retomada da partida. Mayssa fechava o gol, vibrava e arrancava o coro da torcida: “Ão, ão, ão, Mayssa paredão”. Mas a Noruega não demorou para empatar com Heide Loke (18 a 18). Ana Paula se apresentou e anotou pela sétima vez. O Brasil tinha as rédeas do jogo. Imprimia um ritmo forte e deslanchava (26 a 21). Deonise recebeu bola de Duda, finalizou com precisão e ficou caída no chão. Sentiu câimbras na panturrilha esquerda e deixou a quadra. De lá, ouviu a Arena cantar que o campeão havia voltado. E saiu jogando como tal (30 a 25). De pé, os torcedores esperavam pela vitória. Ela veio. Bonita, com agradecimento das jogadoras pelo apoio.
TODOS OS JOGOS DESTE SÁBADO:
9h30 – Noruega x Brasil
11h30 – Holanda x França
14h40 – Rússia x Coreia do Sul
16h40 – Montenegro x Espanha
19h50 – Romênia x Angola
21h50 – Suécia x Argentina
Fonte: Globo.com