Estudantes do Litoral vão participar de programa científico da Nasa em parceria com UFPR

Programa Globe envolverá alunos de 25 escolas na coleta de dados sobre o Aedes Aegypti

Crianças e adolescentes de escolas públicas do Litoral do Paraná vão participar de um programa mundial de ciência e educação da Agência Espacial Americana (Nasa), que será implantado no Estado em parceria com a Universidade Federal do Paraná. O Globe (sigla em inglês para Programa Global de Aprendizagem e Observações em Benefício do Meio Ambiente) já está presente em 122 países e, no Paraná, será focado na coleta de dados sobre o mosquito Aedes Aegypti.

O programa será lançado oficialmente no próximo dia 10, às 14 horas, no Museu de Arqueologia e Etnologia da UFPR (MAE), em Paranaguá. Criado há 22 anos, ele envolve a comunidade escolar de diferentes partes do mundo na coleta de dados ambientais e na realização de estudos científicos, contribuindo para a discussão sobre o meio ambiente. O Globe está no Brasil desde 2015, mas é a primeira vez que será desenvolvido no Paraná.

O responsável pelo programa na UFPR, professor Rodrigo Arantes Reis – que é coordenador do Programa Laboratório Movel de Educação Científica da UFPR Litoral – explica que o Globe baseia-se no conceito de Citizen Science – ou seja, a ciência produzida pelos cidadãos.

“O objetivo principal é promover o interesse pela ciência, levando estudantes e outros cidadãos a produzir conhecimento científico a partir de protocolos padronizados, desenvolvidos e testados por cientistas. Isso significa que são dados que podem ser comparados com outros coletados em qualquer parte do mundo, seguindo a mesma metodologia”, afirma. Além disso, destaca Reis, o programa leva os participantes a interpretarem o meio onde vivem.

O programa permite a investigação de várias áreas da ciência ambiental, como atmosfera (clima), hidrologia, solos, cobertura do solo (vegetação) e fenologia (estudo dos ciclos de vida animal e vegetal). No Paraná, serão aplicados os módulos de atmosfera e de mosquito. O mesmo trabalho será realizado simultaneamente nas cidades de São José dos Campos (SP) e do Rio de Janeiro.

A previsão, segundo o professor Reis, é envolver alunos de 8° e 9° ano e do ensino médio de 25 escolas públicas de todos os municípios do Litoral. A parte prática começa nos dias 2 e 3 de junho, quando professores dessas escola serão capacitados por dois pesquisadores ligados ao programa Globe para conduzir atividades de aprendizagem e medição científica de parâmetros ambientais por meio de protocolos específicos desenhados pela Nasa e implementar atividades em sala de aula.

No segundo semestre, professores e alunos das três cidades brasileiras participantes irão a campo para a coleta de dados sobre o Aedes Aegypti. “Seguindo os protocolos, eles irão coletar material e identificar se as larvas são ou não do Aedes. Depois os dados serão inseridos num aplicativo do programa e ficarão disponíveis para os interessados”, explica Rodrigo Reis.

Os protocolos Globe permitem que os alunos, com a orientação de seus professores, desenvolvam uma vasta gama de habilidades, incluindo o pensamento crítico, metodologias de investigação científica, análise de dados e a aprendizagem independente. Além disso, os estudantes têm a oportunidade de se conectarem, por meio de projetos de ciência, com estudantes e cientistas de todo o mundo.

Compartilhe!

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
API key not valid, or not yet activated. If you recently signed up for an account or created this key, please allow up to 30 minutes for key to activate.