Fomento a inovação – artigo de Marcello Richa

Investir em parcerias para o desenvolvimento de ações que estimulem o ambiente de ciência, tecnologia e inovação é algo muito lógico para o fortalecimento econômico e estrutural dos municípios, mas infelizmente o Brasil ainda desperdiça esse grande potencial que traria inúmeros benefícios para a população.

De acordo com o ranking global de inovação elaborado pela A.T. Kearney e divulgado em agosto deste ano, o Brasil se encontra na 69ª posição entre 128 países pesquisados, com uma nota de 33,2 em uma escala que vai de 0 a 100. No ranking dos países mais inovadores da Bloomberg, divulgado em janeiro, o Brasil sequer entrou na lista dos 50 primeiros colocados.

Vivemos um período de recessão econômica, com perda de competitividade internacional e risco de desindustrialização, coroados por um evidente desperdício de investimentos públicos. A mudança desse cenário, obviamente, acontece em diferentes frentes, mas é inegável, por exemplo, que a competitividade industrial cresce no instante em que ampliamos nossa capacidade de inovação.

Atualmente o Brasil investe apenas 1,19% do Produto Interno Bruto (PIB) em inovações tecnológicas. Para potencializar esse valor (que está longe de ser o ideal) e transformá-lo em ações e projetos benéficos para a sociedade, é necessário ampliar a integração e o diálogo entre governo, setor produtivo e universidades por meio de parcerias e concessões.

Um exemplo disso aconteceu nesta terça-feira (6), quando o prefeito eleito de Curitiba, Rafael Greca, participou de uma reunião no Sebrae/PR com representantes de universidades e instituições do sistema empresarial para conversar sobre propostas de articulação que visam à melhoria do ambiente de ciência, tecnologia e inovação. Foram debatidos projetos para pesquisa em novos negócios e de mercado, estímulo à inovação nas empresas, criação de Conselho Municipal de Inovação e desenvolvimento de pesquisas em universidades que atendam necessidades estruturais do município.

O fomento a inovação tecnológica fortalece nossa competitividade, estimula o empreendedorismo e amplia as atividades do setor produtivo. Somado a isso, pesquisas realizadas por universidades, com foco nas demandas apresentadas pelos municípios, permitem mais objetividade nas ações promovidas pelo poder público e apresentam opções diferenciadas para problemas estruturais antigos, beneficiando as comunidades e criando novos nichos de investimentos ao setor produtivo. Sem dúvidas é uma opção que precisa ser mais explorada para dar maior eficácia ao poder público e fortalecer nossa economia e competitividade.

Marcello Richa é presidente do Instituto Teotônio Vilela do Paraná (ITV-PR)

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