Embora o crescimento tenha sido pequeno, o resultado é comemorado pelo setor, que vem de três anos seguidos de baixa por causa da recessão. Em 2014 o Produto Interno Bruto (PIB) da indústria paranaense despencou 7%. Em 2015 houve retração de 5,8% e em 2016 queda de 2,8%.
“A recuperação verificada no ano passado é muito importante porque se trata de um setor relevante para a economia estadual, que gera empregos de maior qualidade e é intensivo em mão de obra. O impacto social da indústria é grande”, diz Julio Suzuki Júnior, diretor- presidente do Ipardes. O PIB da indústria calculado pelo Ipardes inclui o desempenho das indústrias da construção civil, extrativa e de transformação, além da produção de energia.
TRANSFORMAÇÃO – Com a desaceleração da economia, a indústria colocou o pé no freio nos investimentos, cortou produção e empregos nos últimos anos. Em 2017, no entanto, voltou a aumentar a produção e a contratar.
“O movimento foi puxado pela indústria da transformação. O segmento voltou a colocar atenção no mercado externo, o que ampliou exportações, ao mesmo tempo que se beneficiou da retomada do consumo no Brasil”, explica Suzuki.
QUASE O DOBRO – No Paraná, a produção da indústria da transformação cresceu 4,4% em relação ao ano anterior, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso representa um avanço de quase o dobro da brasileira, que fechou o ano com alta mais tímida, de 2,5%, na mesma base de comparação.
Das 13 áreas pesquisadas pelo IBGE, 10 tiveram aumento na produção. As maiores altas foram registradas na produção de máquinas e equipamentos e de veículos, que cresceram 33,6% e 16,4% respectivamente.
O setor de máquinas e equipamentos, especialmente na produção tratores e colheitadeiras, foi beneficiado pela boa safra agrícola. “Com a safra recorde e o bom resultado do agronegócio, o produtor, com mais dinheiro no bolso, investiu na compra de maquinário”, afirma o presidente do Ipardes.
As montadoras, por sua vez, retomaram o ritmo no chão de fábrica com a venda de automóveis principalmente para a Argentina e com a recuperação das vendas no mercado interno. Além da melhora do cenário de crédito, o lançamento de novos modelos ajudou a impulsionar a produção.
EMPREGO – O aumento da produção também fez a indústria voltar a contratar. No ano passado, o setor gerou um saldo positivo de 7.396 de empregos com carteira assinada no Estado. Foi o segundo maior saldo, só atrás do setor de serviços (7.752).
A previsão para 2018 é de consolidação da recuperação do setor, de acordo com Suzuki Júnior. “A indústria será um dos setores no Paraná que terá crescimento econômico nesse ano. Se em 2017 a safra recorde fez a agropecuária ser um dos principais motores da economia, em 2018 esse papel será da indústria e dos serviços”, diz Suzuki Júnior.
MUNICÍPIOS – Em alguns municípios do Paraná, a indústria é o principal motor da economia. Saudade do Iguaçu, na região Sudoeste, por exemplo, tem 86,4% do seu PIB atrelado ao setor industrial. A economia da cidade é fortemente influenciada pelas operações da usina de Salto Santiago, no Rio Iguaçu, que é uma das maiores do Sul do País.
Outro caso é Capitão Leônidas Marques, na região de Cascavel, que tem 74,4% da economia dependente da indústria. A cidade também é impactada pelas atividades da usina hidrelétrica de Baixo Iguaçu. Rio Branco do Sul, na região de Curitiba, conhecida pelos investimentos de fábricas de cimento, tem 61,7% do seu PIB proveniente da indústria.
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