Abrabar defende a realização de testes gratuitos em terminais de ônibus e UPAs e chama atenção para os cuidados durante o Carnaval
A nova onda do coronavírus (covid-19) provocada pela variante ômicron atingiu em cheio o setor de gastronomia e entretenimento do Paraná. Em Curitiba, mais de 80% dos bares e restaurantes já tiveram funcionários afastados em 2022, após testarem positivo para a doença após as festas de final de ano. Em janeiro deste ano, os estabelecimentos da capital paranaense registraram queda de 50% no movimento.
A nova cepa da covid-19, muito mais contagiosa, aliada a gripe H3N2 (Influenza) e outras viroses tem afetado principalmente os eventos pré-agendados, muitos foram ou estão sendo cancelados, aponta levantamento da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar). “Estamos passando um dos piores inícios de ano do nosso setor”, disse o presidente Fábio Aguayo.
“Passamos dois anos entre um sobe e desce da pandemia e neste começo de ano tivemos uma queda de movimento e faturamento de 40 e 50% no Paraná”, contabiliza Aguayo. Um dos exemplos do levantamento, destacado em reportagem do Bem Paraná, é a casa noturna Empório 80, em Curitiba, que registrou 17 cancelamentos de aniversário do dia 15 a 31 de janeiro.
Todos por causa do aniversariante ou alguém da família contaminados pela covid-19. “Isso mexe com o planejamento dos empresários, sem falar na crise econômica. Estamos tendo que nos readaptar novamente”, ressaltou o presidente da Abrabar. Ele também ressalta que o afastamento de funcionários contaminados tem complicado muito a vida dos empresários do setor.
Testagem gratuita
Com a falta de testes, o afastamento automático e prolongado foi necessário devido aos protocolos e empresários tiveram que fazer contratações por taxa, que causa um aumento do custo também. “Muitos estabelecimentos reduziram os horários de funcionamento. Alguns deixaram de abrir à noite ou durante a semana”, ressalta Aguayo.
A Abrabar defende a realização de testes de covid-19 gratuitos para a população nos terminais de ônibus e nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Aguayo lembra que uma das empresas associadas teve 14 colaboradores afastados devido aos sintomas, mas que testaram negativo após dias longe do local de trabalho.
A crise poderia ser maior, na avaliação do presidente da Abrabar, se os governos estaduais e municipais tivessem aumentado as restrições devido a chegada da ômicron. “Sem dúvida isto afetaria mais nossos setores. Por isso defendemos que é necessário um cuidado maior nos protocolos de segurança sanitária para mantermos as portas abertas e, juntos, superar mais esta crise”, disse.
Restrições brandas
Na maioria das cidades do Estado, as restrições estão mais brandas que as adotadas nos primeiros picos da covid-19, devido ao avanço da vacinação contra a covid. Em Curitiba, por exemplo, é permitido uma ocupação de até 70% dos lugares disponíveis nos estabelecimentos.
A preocupação agora é com relação ao Carnaval, tradicional festa brasileira conhecidas pelas aglomerações dos foliões. O sinal de alerta agora é para estes festejos, muitas prefeituras estão cancelando os eventos públicos e esperamos que as coisas fiquem mais calmas e nosso setor possa recuperar parte do prejuízo, completou Aguayo
