Nova Ferroeste recebe apoio da Associação das Empresas Cerealistas do Paraná

O setor produtivo de grãos (soja e milho e trigo) pode ganhar novo fôlego com a execução do projeto da Nova Ferroeste. Essa é a aposta da diretoria da Associação das Empresas Cerealistas do Paraná (ACEPAR), que esteve reunida quinta-feira (24) com parte da equipe do Grupo de Trabalho do Plano Estadual Ferroviário. O presidente da entidade, Alberto Araújo, entregou ao coordenador do Plano Estadual Ferroviário, Luiz Henrique Fagundes, uma carta de apoio ao projeto.

A Nova Ferroeste é um projeto do Governo do Paraná que vai ligar o Porto de Paranaguá a Maracaju, no Mato Grosso do Sul, por trilhos. Ao todo serão 1.304 quilômetros, que vão cortar o Oeste do Paraná, celeiro da produção de grãos. Um ramal entre Cascavel e Foz do Iguaçu vai permitir a captação de carga do Paraguai e da Argentina. Outra ligação de Cascavel com Chapecó, em Santa Catarina, está em fase de estudos.

“Os cerealistas representam quase 35% da produção do agronegócio paranaense. Um dos eixos do projeto sempre foi observar essa dinâmica do setor produtivo, razão pela qual o empreendimento é uma aposta entre os empresários”, disse Fagundes. “Com a redução do custo logístico as empresas vão poder fazer novos investimentos, isso também vai impactar o preço final dos produtos nas gôndolas”.

”Cada ano colhemos um volume maior e mais rápido de grãos, então precisamos de estruturas como as ferrovias, que são muito mais eficientes para escoar todo esse volume”, destacou o presidente da ACEPAR.

A  entidade nasceu em 2003 e hoje congrega 27 empresas cerealistas do Paraná. Juntas, possuem 200 unidades de recebimento e estocagem de grãos, boa parte localizada próximo ao traçado da nova ferrovia. Países da Ásia e Europa são o principal destino da colheita paranaense. Só no ano passado a exportação representou 70% da movimentação entre os associados. “Com essa estrutura vamos poder programar melhor a exportação e a cadeia ganha como um todo”, reforçou Araújo.

Ele destacou que os associados comercializam em média 34% da safra de soja, milho e trigo colhida no Paraná. O principal atrativo do modal ferroviário frente ao rodoviário é o baixo custo. O Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) indicou que o valor do frete da Nova Ferroeste será quase 30% mais barato em comparação com o transporte rodoviário. Outro benefício será a eficiência. Hoje uma carga de Cascavel leva cinco dias para chegar a Paranaguá. A previsão é de que esse trecho seja percorrido em 20 horas na estrada de ferro.

NOVA FERROESTE – A Nova Ferroeste será o segundo maior corredor de grãos e contêineres refrigerados do País, o que deve transformar o Paraná num hub logístico da América do Sul por atrair parte da produção de países vizinhos como a Argentina e o Paraguai. Se estivesse em operação hoje, a ferrovia poderia transportar cerca de 38 milhões de toneladas de produtos, 26 milhões de toneladas seguiriam diretamente para o Porto de Paranaguá.

O projeto está no processo de obtenção da Licença Prévia Ambiental junto ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). As audiências públicas terão início no mês de abril. O projeto deve ir a leilão na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) no segundo semestre. O investimento é de R$ 29,4 bilhões. A empresa ou consórcio vencedor fará a obra e poderá explorar a ferrovia por 70 anos.

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