Houve uma pequena melhora no último ano e, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos três primeiros meses de 2018 foram contabilizados aproximadamente 13,7 milhões de pessoas sem trabalho. O número assustador mostra a dificuldade de recuperação que o país enfrenta, uma vez que é inviável pensar em desenvolvimento com desemprego.
Infelizmente esse é o verdadeiro legado do intervencionismo e irresponsabilidade econômica da gestão petista, que deteriorou as contas fiscais e eliminou a credibilidade do país junto ao mercado estrangeiro, atestado pelos seguidos rebaixamentos do Brasil pelas maiores agências de classificação de risco do mundo. O que restou foram crescentes dívidas públicas, desemprego e fracasso na implantação de reformas legislativas necessárias para melhorar o desempenho estrutural das finanças públicas.
Mesmo com o cenário desolador que o Brasil vive, ainda é possível encontrar em alguns estados exemplos de como é possível superar as adversidades e estimular o necessário crescimento econômico. Nesse sentido o Paraná volta a se destacar por apresentar uma realidade distinta do país, com crescimento econômico, geração de emprego e reconhecimento internacional.
Apesar de termos apenas a sexta maior população, desde 2011 o Paraná foi responsável por 10,8% do total de empregos formais gerados no país, sendo o terceiro estado que mais criou vagas, conforme aponta o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). Tão importante quanto isso é perceber que essas vagas foram distribuídas em todo o nosso território, com aproximadamente 90% sendo no interior.
São diversas iniciativas que contribuíram para esse resultado, como a criação da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), que ajudou a abrir novos mercados para a carne paranaense; a atenção ao salário mínimo regional, que é o maior do Brasil e beneficia cerca de 1,5 milhão de trabalhadores; captação de aproximadamente R$ 42 bilhões de investimentos por meio do Paraná Competitivo, entre outros.
Responsabilidade fiscal, investimentos estruturais, programas eficazes, atenção ao agronegócio e segurança jurídica fizeram o Paraná seguir na contramão do resto do país, gerando empregos, mantendo sua capacidade de investimento e apresentando um crescimento de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017, mais que o dobro do Brasil. Ações que trouxeram retorno concreto para a população e reconhecimento de diferentes instituições.
De 2010 a 2017 o Paraná saltou da quinta para a segunda posição entre os estados mais competitivos do Brasil de acordo com a revista The Economist. Já a agência de classificação de risco Fitch, uma das três mais importantes do mundo no segmento, manteve o rating nacional do Paraná em AA+ (bra), o que deixa o estado com a melhor nota entre as unidades avaliadas pela instituição no Brasil e apenas um nível abaixo de AAA, nota máxima possível.
Apesar de ainda enfrentarmos os reflexos da crise que assolou o país e que gerou recorde de desemprego, o Paraná mostra que é possível trilhar um caminho de credibilidade econômica, atração de investimentos e fortalecimento do mercado, essenciais para o desenvolvimento e geração de empregos que o país tanto precisa.
Marcello Richa é presidente do Instituto Teotônio Vilela do Paraná (ITV-PR)